20080131

consulta

ontem fui ao cardiologista para fazer os exames de risco cirúrgico. foi a segunda vez que me consultei com tal médico, um homem de meia-idade com a parte de cima da cabeça maior que a de baixo, e uma boca de bocão da royal. o sorriso dele é pra lá de esquisito, com muitos dentes, e a parte inferior do lábio parece se alargar bem mais que a superior quando sorri. ele é estranhamente simpático.

perguntou minha idade, e eu disse que estava quase com vinte. falou logo o que sempre penso: "entrando nos twenty, hein? nada de sevenTEEN, eighTEEN, nineTEEN". dei a resposta mais animada possível: "pois é..." ¬¬

enquanto ele tirava minha pressão e realizava os procedimentos necessários, conversamos sobre isso. ele percebeu o meu pesar em relação ao símbolo do 20, e foi logo falando: "ah, você vai se sentir tão bem quando fizer aniversário. algum dia você vai estar por aí, à toa, e lembrar disso aqui". e eu me imaginando, antes que ele conseguisse terminar a frase, andando por umas ruas que gosto em curitiba a pensar nisso.

a conversa seguiu o fluxo. ele falou que dos 20 aos 28 a mulher se sente a rainha da cocada. eu disse que depois disso vem a decadência. ele disse que não, que aí é que a mulher começa a se sentir realizada. mais segura. falou que ela não se sente bem se não tiver um lado profissional estabelecido. aí falou das mulheres balzaquianas. e das mulheres na fase do lobo. ainda falou do que era ser um velho quando ele fazia faculdade, e do que isso é agora. (não do que significa).

eu gosto muito desse tipo de conversa. por mais lugar-comum que seja.

20080129

depoimento I

ando pensando que preciso mudar alguns padrões de comportamento. o primeiro, fundamental para que todos os outros se estabeleçam, é meu padrão de pensamento. sempre ouvi comentários de que sou pouco prática, e sempre soube que é verdade. mas a ficha caiu realmente na primeira consulta homeopática que fiz em curitiba. quem já fez esse tipo de tratamento sabe que a consulta é uma sessão de análise, se faz necesário falar muito de si. eu lá, procurando um modo de descrever como lido com a vida/pessoas/sentimentos, e escutando a palavra "fantasia" sempre que concluia algum tópico. até esse dia, "fantasia" sempre me remetia ao filme da disney :P não é uma palavra que lembrava facilmente. mas tal palavra passou a ficar na superfície dos meus pensamentos.

engraçado como algumas coisas marcam a gente...

quando estou em curitiba, penso como poderia estar sendo em natal/o que fazer quando estiver aqui. quando estou aqui, penso no que quero fazer lá. penso como poderia ter sido se não tivesse saído daqui, se teria mudado minha perspectiva e motivação em relação à tudo. projeção demais. como seria se fosse trabalhar em algo burocrático, se tivesse filhos, se não tivesse tristeza em relação à família. se minha adolescência tivesse sido mais normal. (...)
acho que todo mundo pensa. a questão é que penso repetidamente as mesmas coisas, e não faço nada em relação à. ou me perco em imaginações. monto roteiro de novelas mexicanas, me imagino nas histórias de outras pessoas. muito.
então: gostaria de pensar em coisas com algum aproveitamento real. alguma porcentagem de cérebro usada pra lógica, pro raciocínio. geógrafico, histórico ou cultural. e transferir a idéia pro cotidiano.

não me perder nesse mar.

20080125

recorrentes

ando pensando que:
interpol vai ser bom
mudança em curitiba será cansativa para minha mãe
tem que entrar algum sol por alguma janela do apartamento
fotos de pipa (sol + vermelho + azul) na parede branca
tive certeza de que quero fazer esse curso hoje. estava no ônibus, e a dúvida esmagadora que apareceu pulsando de uns dias pra cá acabou mais uma vez
gosto de música brasileira, mas sou doida por um métric ou le tigre. não abandonar coisas que gosto (e que a ação abondonar seja natural, ou, escolha consciente)
se escolher, ESCOLHER


consertar a máquina
desisti de ter tatuagem
sou careta
gosto cada vez mais da cor do meu cabelo
quero que toque PDA. baixar o cd novo deles